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OS PUTOS - putosmineiros@gmail.com

Em 1999, estudantes de Letras da UFU – Universidade Federal de Uberlândia (MG) partiram para um encontro regional em Colatina (ES). Conversa vai, conversa vem e não é que foram descobertos diversos poetas no grupo. Mostra dali, mostra daqui os meus, os seus, os nossos poemas e foi então decidido que voltariam a conversar sobre produção literária após a volta a Minas. O grupo começou grande. Entre eles, havia também músicos, pessoas muitos críticas, legais, entre algumas chatas. Mas, no final das contas, o que foi possível perceber é que a amizade falou mais alto e permaneceram os de verdadeira sintonia. Não sei bem de onde saiu o nome, mas surgiram Os Putos – poetas, amigos, unidos, Putos. Durante um bom tempo muitos entraram e saíram do grupo, levaram seus outros amigos, cônjuges para as reuniões que, é claro, aconteciam quase sempre às sextas, em bares de Uberlândia. Cada rodada contava com poemas de um felizardo (a) e discutia-se o que era possível e impossível achar sobre as obras, o que se queria ou não ouvir; discutia-se sobre literatura, artes em geral, vida, sociedade, comportamentos, mundo; às vezes, até matando a fome com farofa guardada na mochila. Houve até quem fizesse das sessões momentos terapêuticos. Mas, na verdade, eram mesmo, e para todos que participavam. As reuniões, regadas a bons e maus líquidos entorpecentes, incrementavam as vidas dos universitários da UFU. E a coisa virou uma rotina gostosa que, em cada episódio, aconteciam diversas coisas que poderemos talvez um dia contar só para nossos netos. As experiências cada vez mais evoluíram e tornaram-se ideologias. Depois de algum tempo, o grupo Os Putos firmou-se com alguns poucos amigos, cinco os mais fixos e não existia uma sexta – feira sequer que não se reuniam depois de 22h para passarem a noite inteira conversando, maquinando ações, fazendo planos, bebendo ou não, passando frio, mas felizes, e, eventualmente, quase sempre comendo bolo de chocolate. Vieram produções de textos críticos, escrachados, murais alternativos, varal de poesias e alguns saraus (Maluclé). Era uma mistura de tudo: goiabada, venda de violetas que sobravam na floricultura, suco de caju com cachaça – cajuzinho, máscaras, rock in roll e batucadas. Veio também a política que nunca foi prioridade, mas rendia umas viagens. E, com o passar do tempo, os Putos foram ficando famosos, foram convidados para participar de programa de rádio e a fama crescia junto com a inveja de uns mal amados. Foram momentos de socialização intensa entre os amigos e com os outros, principalmente depois que acabou o anonimato. Mas, um dia, uns 2 anos e meio depois, as pessoas passaram a ter menos tempo, foi ficando difícil não dormir e ter que ir ao trabalho aos sábados. Compromissos e mais compromissos, poetas se formando, trabalhando, mudando de cidade. Agora, diálogos esporádicos acontecem ainda e vemos que os amigos estão indo bem na vida. Mas o que ficou de fato é a saudade dos momentos hilários, marcantes por feitos e descobertas surreais. E como é comum querer resgatar o passado, o blog é uma tentativa de Os Putos não morrerem jamais.

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